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O Paraná, estado brasileiro, fica na região Sul. É cortado pelo Trópico de Capricórnio, que estabelece o limite meridional das culturas agrícolas tropicais
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FRONTEIRAS: Norte e Nordeste = São
Paulo; Leste = Oceano Atlântico; Sul =
Santa Catarina; Sudoeste = Argentina;
Oeste = Paraguaia; Noroeste = Mato Grosso
do Sul
ÁREA (km²): 199.709,1
RELEVO:
caracteriza-se pela freqüência de terrenos de baixada no litoral, onde
predominam as planícies de aluvião, e a existência de planaltos e serras de
formações rochosas cristalinas, como a serra do Mar
Seu relevo é dos mais expressivos: 52%
do território ficam acima dos 600m e apenas 3% abaixo dos 300m
RIOS PRINCIPAIS:
Paraná, Iguaçu, Ivaí, Tibagi, Paranapanema, Itararé e Piquiri
O complexo hidrográfico do estado do
Paraná apresenta grande potencial energético. A bacia hidrográfica do rio Paraná
ocupa 183.800 km2 no estado e seus principais rios incluem o Paraná, o Iguaçu,
o Ivaí, o Tibagi e o Piquiri. Somente a bacia do rio Iguaçu, que nasce próximo
a Curitiba, capital do estado, e deságua no rio Paraná, na fronteira com o
Paraguai, tem potencial hidrelétrico para 11,3 mil megawatts de energia elétrica.
A bacia do Atlântico Sul banha 15.909,1 km2 na porção nordeste do estado. Entre
seus principais rios encontram-se o Itararé e o Capivari. O estado do Paraná
consome internamente apenas 20 % da energia elétrica total produzida em seu
território, que representa 25 % da produção no país.
CLIMA: úmido
Como resultado das diferentes formações
topográficas e características geológicas, o clima no estado do Paraná
apresenta três tipos distintos, todos correspondentes a clima úmido,
apresentando-se mais ameno na região norte e temperado no sul, onde os invernos
podem ser rigorosos. O tipo que corresponde à maior área é o CFA, que se
caracteriza por ser subtropical úmido, mesotérmico, com verão quente, sem estação
seca de inverno definida e geadas menos freqüentes. O tipo CFB é subtropical úmido,
mesotérmico, com verões frescos e geadas severas e freqüentes. Finalmente, o
tipo AF caracteriza-se pelo clima tropical chuvoso, sem estação seca e isento
de geadas
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Tornou-se, não por acaso, símbolo do estado do Paraná, deu o nome a Curitiba, e aparece nos brasões das cidades de Apiaí, Araucária, Caçador, Campos do Jordão, Itapecerica da Serra, Ponta Grossa, Santo Antônio do Pinhal, São Carlos, São José dos Pinhais e Taboão da Serra. |
MUNICÍPIOS
(em números): 399 (1997)
CIDADES MAIS POPULOSAS: Curitiba,
Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Cascavel
HORA LOCAL (em relação a Brasília): a
mesma
HABITANTE: paranaense
POPULAÇÃO: 9.563.458 (2000)
DENSIDADE: 47,88 habitantes p/km2
ANALFABETISMO: 8,6% (2000)
MORTALIDADE INFANTIL: 29,79
CAPITAL: Curitiba
Em 1647 formou-se o embrião da cidade,
que foi elevada à categoria de vila em 1693, tornando-se cidade em 1842. Em
1853 foi escolhida capital da província do Paraná
HABITANTE DA CAPITAL: curitibano
A economia do Estado
Se baseia na
agricultura (cana-de-açúcar, milho, soja, trigo, café, mandioca), na indústria
(agroindústria, papel e celulose) e no extrativismo vegetal (madeira e
erva-mate).
No século 17, descobriu-se na região
do Paraná uma área aurífera, anterior ao descobrimento das Minas Gerais, que
provocou o povoamento tanto no litoral quanto no interior. Com o descobrimento
das Minas Gerais, o ouro de Paranaguá perdeu a importância. As famílias ricas,
que possuíam grandes extensões de terra, passaram a se dedicar à criação de
gado, que logo abasteceria a população das Minas Gerais. Mas apenas no século
19 as terras do centro e do sul do Paraná foram definitivamente ocupadas pelos
fazendeiros.
No final do século 19, a erva-mate dominou a economia e criou uma nova fonte de
riqueza para os líderes que partilhavam o poder. Com o aparecimento das
estradas de ferro, ligando a região da araucária aos portos e a São Paulo, já
no final do século 19, ocorreu novo período de crescimento.
A partir de 1850, o governo provincial empreendeu um amplo programa de colonização,
especialmente de alemães, italianos, poloneses e ucranianos, que contribuíram
decisivamente para a expansão da economia paranaense e para a renovação de sua
estrutura social.
O Paraná ocupa quinto lugar em importância
econômica entre todos os estados brasileiros.
As diferentes características físicas
e climáticas do estado propiciam a existência de atividades agrícolas
diversificadas e seu grau de desenvolvimento econômico permite a utilização de
avançadas técnicas agrícolas, que se traduzem nos mais altos índices de
produtividade do país. Em 1994, os índices médios de produtividade nas
principais lavouras do estado (soja, milho, feijão, algodão, café e trigo)
elevaram-se em 12,9 %, em decorrência do desenvolvimento de modernos sistemas
de produção, como é o caso da soja e do trigo, que são cultivados em sistema de
rotatividade, gerando duas safras anuais na mesma área.
Destaca-se ainda no
estado do Paraná, a produção de batatas, de cana-de-açúcar, de mandioca e de
arroz. Nos últimos anos, programas de desenvolvimento da fruticultura vêm sendo
implantados em diversas regiões do estado. Na região norte do Paraná, a
implantação de pomares cítricos vem permitindo a produção industrial de suco de
laranja, enquanto a produção de maçã alcança, em várias regiões, uma safra média
de 30 mil toneladas por ano. O plantio de frutas de clima tropical na região
litorânea vem gerando bons resultados, com índices de produção e qualidade
competitivos em larga escala.
O estado possui um dos maiores rebanhos pecuários
do país, com 8.911.986 de cabeças de bovinos, sendo expressivas também as criações
de suínos (3.780.172) e galináceos (85.713.370). A produção paranaense de leite
representa cerca de 10 % da produção nacional.
As principais reservas de matérias-primas
existentes no estado do Paraná incluem o xisto betuminoso, o calcário, a
dolomita, a argila, o carvão, o chumbo e a fluorita. A reserva de calcário está
estimada em 4,4 bilhões de toneladas e suas principais jazidas, localizadas na
região leste, alcançam produção média anual de cerca de 6 milhões de toneladas.
Além de seu uso industrial, principalmente na produção de cimento, o calcário é
utilizado de forma regular, para elevar o nível de produtividade das lavouras.
Em 1992, foram extraídas e comercializadas 5,8 milhões de toneladas de calcário
no estado. A dolomita existe também em grande quantidade no Paraná, que é o
primeiro produtor deste mineral no país.
Suas reservas estão estimadas em
532.616 milhões de toneladas.
As reservas de argila vermelha, para o uso da indústria
cerâmica, atingem volume superior a 65 milhões de toneladas.
Em 1992, a produção
de argila chegou a 1,1 milhão de toneladas. O estado do Paraná é também o
principal produtor de talco do Brasil. Cerca de 17% das reservas brasileiras
estão em seu território, com volume estimado em 13 milhões de toneladas, e
produtividade média anual de 200 mil toneladas.
A fluorita, que tem larga
aplicação como matéria-prima na indústria química, metalúrgica e cerâmica, tem
reservas superiores a 4,4 milhões de toneladas no estado, o que equivale a 53 %
do total encontrado no país. Outros produtos como a brita de basalto, pedras
ornamentais, mármores e granito também são encontrados em quantidades consideráveis
no estado do Paraná. Em 1992, foram comercializados 37,6 milhões de litros de água
mineral, extraídos de fontes naturais do estado.
A partir de 1966, intensificaram-se as
atividades de reflorestamento, mediante a concessão de incentivos fiscais, que
tem combinado a expansão da fronteira agrícola e o atendimento ao setor
industrial madeireiro. As áreas reflorestadas, que tiveram considerável
aumento, atingem hoje 1 milhão de hectares e mais de 2,5 bilhões de árvores
plantadas.
O parque industrial do estado reúne
cerca de 24 mil estabelecimentos, que têm registrado desempenho sempre superior
à média nacional do setor. Nos quatro primeiros anos da década de 90, os índices
de crescimento acumularam um total de 31,24 %. A produção industrial é
diversificada, destacando-se as indústrias de papel e celulose, química,
madeireira, alimentícia, de fertilizantes, eletroeletrônica, metalmecânica, de
cimento, têxtil e de cerâmica, além da agroindústria.
Em 1994, a economia do estado cresceu
6,3 %, destacando-se, para o alcance desse índice, o desempenho do setor agrícola
e a modernização do parque industrial do estado. Em 1993, a participação do
estado do Paraná no PIB nacional foi de 6,2 %, que corresponde a um total de
US$ 28,277 bilhões.
O Paraná é ainda o quarto maior
exportador entre os estados brasileiros.
Em 1993 a receita das exportações
representou US$ 2,48 bilhões, que corresponde a 6,42 % do valor total exportado
pelo país. A participação dos produtos industrializados na pauta de exportações
do estado foi de 51 % no mesmo ano, liderada pelo complexo agroindustrial,
responsável por 60 % das exportações do estado. O segundo complexo industrial
com maior participação nas vendas externas do estado é o de metalmecânica, com
13,6 % do total das exportações em 1993.
As primeiras movimentações de
colonizadores no estado do Paraná
Tiveram início no século XVI, quando diversas
expedições estrangeiras percorreram a região à procura de madeira de lei. No século
XVII, portugueses e paulistas começaram a ocupar a região, a partir da
descoberta de ouro e à procura de índios para o trabalho escravo. A mineração,
no entanto, foi legada a segundo plano pelos colonizadores, que se dirigiram em
maior número às terras de Minas Gerais(7).
Até o século XVIII, existiam apenas
duas vilas na região: Curitiba e Paranaguá. Esse processo retardou a ocupação
definitiva da área, que pertenceu à província de São Paulo até meados do século
XIX, com sua economia baseada na pecuária.
Logo após de conquistada sua
autonomia, em 1853, teve início um programa oficial de imigração européia para
a região, principalmente de poloneses, alemães e italianos.
Guerra do Contestado - Revolta de
camponeses ocorrida entre 1912 e 1916, chegou a envolver cerca de 50 mil
pessoas numa região de litígio na fronteira entre os estados do Paraná e Santa
Catarina. O conflito teve início com a instalação de duas empresas
norte-americanas na região, uma construtora de estradas de ferro e uma
exploradora de madeira, que levaram mão-de-obra de fora para trabalhar nos
empreendimentos e iniciaram um processo de expulsão dos posseiros que
cultivavam a área, originando o movimento de fanáticos religiosos, liderados
por "beatos" locais, entre os quais se destacou José Maria, que foi
seguido por romeiros expulsos de suas terras.
Serra do Mar - Coberta pela floresta
atlântica e declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO, em 1991, o que demonstra
sua importância em termos globais, a serra do Mar abriga mais de 2.500 espécies
da flora nativa brasileira, diversos animais em risco de extinção como a onça-pintada
e a anta, além de pássaros como o gavião-pega-macaco, a jacutinga e o macuco,
entre outros. No estado do Paraná, a serra do Mar tem aproximadamente 500.000
hectares de extensão e aí se encontram 72 % do total da flora e da fauna
existentes no estado. Nessa área está também localizado o pico mais alto da
região Sul do Brasil, o pico do Paraná, com 1.922 metros de altura. Ainda na
serra do Mar encontra-se a Área de Interesse Turístico Espacial do Marumbi, com
66.732 hectares, cuja utilização é controlada por um plano de gerenciamento. O
pico do Marumbi, situado dentro desta área, tem 1.547 metros de altura e é o
mais procurado para a prática de alpinismo e turismo ecológico na região. Através
da serra do Mar encontram-se caminhos históricos que são verdadeiras obras de
arte e engenharia, como o caminho de Itupava e de Graciosa, ambos construídos há
300 anos. Além de constituírem opção para o turismo ecológico, esses caminhos são
utilizados atualmente por programas ambientais e preservam, protegidos pela
floresta, a história e a cultura dos primeiros colonizadores do Paraná.
Ilha do Mel - A lha do Mel tem 95% de sua área composta por
ecossistemas de restinga e floresta atlântica, o que a elevou à categoria de
Estação Ecológica em 1982, numa extensão de 2.240 hectares. Em seus morros e
planícies existem trilhas para caminhadas, que dão acesso a locais de observação
de belas paisagens e de espécies vegetais e animais, onde a brisa marinha e o
cheiro de mato compõem aroma particular, associado à beleza de suas praias.
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Tombada como Patrimônio Ecológico da Humanidade |
Vila Velha - Localizado no município
de Ponta Grossa, a 969 metros de altura, no verde dos campos gerais, está o
Parque Estadual de Vila Velha, com suas rochas esculpidas artisticamente pela
natureza, ao longo de 350 milhões de anos. Destaca-se em especial a
caverna conhecida como Buraco do Padre, um anfiteatro subterrâneo com uma queda
d'água de 30 metros de altura, também debaixo da terra. O município apresenta
ainda outras paisagens naturais muito apreciadas e uma rica reserva ecológica,
que inclui locais como os chamados caldeirões do inferno, que são depressões
circulares de até 107 metros de profundidade, com 80 metros de diâmetro. Numa
dessas cavidades, um teleférico vertical leva os visitantes até uma
profundidade de 54 metros, de onde se pode caminhar até um lago subterrâneo.
Outro acidente geográfico de rara beleza na região é a lagoa Dourada, paraíso
da fauna aquática local. A lagoa é alimentada por um rio subterrâneo, cuja ação
erosiva desgastou as rochas e provocou a formação de cavernas em seu interior.
O fundo da lagoa está coberto por uma camada de mica que faz a água brilhar
como se fosse de ouro, quando exposta aos raios solares.
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As formações rochosas recebem diferentes denominações, de acordo com as figuras às quais se assemelham. Entre as centenas existentes, as mais facilmente reconhecíveis são a Garrafa, o Camelo, o Índio, a Esfinge, a Taça e a Proa de Navio. |
Foz do Iguaçu - A cachoeira está localizada no Parque
Nacional do Iguaçu, criado em 1939 e tombado pela UNESCO como Patrimônio
Natural da Humanidade em 1986. Da área total do parque, 185.000 hectares
encontram-se em território brasileiro e 55.000 hectares na Argentina. As
florestas subtropicais do parque abrigam cerca de 1.100 espécies de pássaros,
bem como várias espécies de mamíferos, grandes e pequenos, como veados,
capivaras, etc.
A cidade de Foz do Iguaçu encontra-se
localizada na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina, a uma altitude de
164 metros. A 9 km do centro da cidade, na confluência dos rios Iguaçu e Paraná
e entrada do Porto Meira, está o marco onde as fronteiras do Brasil, Argentina
e Paraguai se encontram. No município de Foz de Iguaçu está também localizada a
Usina Binacional de Itaipu, cuja construção deu origem a um lago com 1.300 km
de margens e extenso potencial turístico. A construção da usina teve início em
1975, encerrou-se em 1991 e sua capacidade de produção de energia elétrica
chega a 12,6 milhões de kw.
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Um dos mais importantes pólos turísticos do Brasil, as cataratas do Iguaçu são formadas por 275 quedas d'água, com alturas que variam de 40 a mais de 100 metros e se distribuem em forma de ferradura, formando uma semicircunferência de 950 metros, na fronteira com a Argentina. |
Indígenas - Um total de 16 áreas já se encontram demarcadas definitivamente
pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do governo federal responsável
pela questão, e nelas se encontra a totalidade dos indígenas residentes no
estado.
São os seguintes os grupos indígenas
residentes no estado do Paraná e suas respectivas áreas: Apucarana, Ava
Guarani, Barão de Antonina, Faxinal, Ilha da Cotinga, Ivaí, Laranjinha,
Mangueirinha, Marrecas, Ocal, Palmas, Pescada, Pinhalzinho, Queimadas, Rio
Areia, Rio das Cobras, São Jerônimo, Superagüi e Tibagy/Mococa.
Vivem no estado do Paraná 6.916 indígenas, distribuídos em 19 grupos, que ocupam área de 79.988 hectares de extensão.