quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Justiça com as próprias mãos?! leia sobre a teoria de linchamentos no Brasil!

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"Quando se faz algo igual aquilo que se diz condenar, então estão apenas buscando uma desculpa para o exercício sua perversão. Deliciam-se com a violência, fantasiam-se de cidadãos de bem e tentam dar a sua maldade ares de justiça."                                                                          
 
     A Teoria da Anomia e os linchamentos no Brasil 
 O linchamento consiste em um tipo de autotutela ou autodefesa de terceiro em que os indivíduos, movidos pelo sentimento coletivo de injustiça e insegurança, fazem “justiça com as próprias mãos” ao espancar ou até matar um indivíduo que tenha cometido algum crime por eles repugnável.

1 - A teoria da Anomia como causa dos linchamentos

Em reportagem recente, a revista VEJA destacou o tema dos linchamentos realizados pelos chamados “justiceiros”. A reportagem teve como foco o linchamento de um adolescente de 15 anos, acusado de roubos, que foi preso nu a um poste com uma trava de bicicleta e a execução sumária de um jovem no meio da rua, ambos no Rio de Janeiro. Observe a manchete:
“Em duas semanas, o Brasil assiste a dois ‘justiçamentos’. A onda de barbárie mostra que a população está à beira da saturação: na segurança, na economia, nos transportes, o país dá um passo à frente e dois para trás”.
 Sabe-se que a teoria da anomia não interpreta o crime como anomalia, mas como algo normal no meio social. Ademais, a anomia constitui-se a partir de um estado de desorganização no qual todo o sistema de regras de conduta perde valor!

Percebe-se, então, que os crimes de linchamentos são cometidos devido a um estado de desordem social, em que os indivíduos, ao não presenciarem a efetiva aplicação de normas penais, fazem “justiça com as próprias mãos” para que haja a devida punição do infrator.

A Teoria da Anomia é considerada uma teoria funcional, vez que a sua análise é constituída a partir de fenômenos empíricos. A anomia é vislumbrada a partir do sentimento de esvaziamento das normas por parte de uma coletividade, que não mais reconhece a legitimidade do ordenamento jurídico a ela imposto, vez que as normas que o compõe não satisfazem as expectativas sociais.

 A partir de uma análise funcional, a anomia trata o crime como algo natural em uma coletividade, não como uma anomalia.

                               Conclui-se, então, que:           

Os linchamentos são reflexos de uma sociedade desordenada e insatisfeita com as normas vigentes, que não correspondem aos atuais anseios sociais. Gera-se, portanto, um sentimento de revolta que favorece os comportamentos ilegais, almejando-se a retomada da ordem perdida, o que na verdade não acontece, apenas dá  legalidade a violência e a sensação cada vez maior de impunidade!

Disponível em: < http://rebeccadinizz.jusbrasil.com.br/artigos/113493802/a-teoria-da-anomia-e-os-linchamentos-no-brasil?ref=home>
Um homem suspeito de assaltar uma lanchonete foi agredido por populares e amarrado a um poste em Itajaí, Santa Catarina. 

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