Mursi foi eleito em 2012 e deposto por militares um ano depois |
Pouco mais de um ano depois da renúncia de Mubarak, nas primeiras eleições democráticas da história do país. Mubarak tinha 82 anos e estava havia 30 no poder quando caiu. O ditador deixou o poder após 18 dias de violentos protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5 mil feridos, em um movimento popular inspirado no levante que derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali.
Mapa do Egito - Norte da África |
Apesar de ter sido eleito democraticamente em 2012, Mursi
Se tornou impopular após suas ações contra o Exército, seu acúmulo de poderes, seu autoritarismo e pela influência política da Irmandade Muçulmana no país.
O que é a Irmanadade Muçulmana?
A Irmandade Muçulmana, conhecida popularmente apenas como الإخوان, Al-Ikhwān, "A Irmandade" é uma organização islâmica fundamentalista que opõe-se radicalmente às tendências seculares de algumas nações islâmicas (ex: Egito) e pretende "retomar" os ensinamentos do orão, rejeitando qualquer tipo de influência ocidental.
Emblema da Irmandade Muçulmana |
Em 30 de Junho de 2013, no primeiro aniversário da eleição do presidente egípcio Mohamed Mursi
Milhões de manifestantes em todo o Egito tomaram as ruas e exigiram a renúncia imediata do presidente por causa de questões políticas, econômicas e sociais que haviam se intensificado em seu mandato. As manifestações, que foram em grande parte pacífica, tornaram-se violentas quando cinco manifestantes anti-Mursi foram mortos em confrontos e tiroteios.
A mais recente crise
Se iniciou em 3 de julho, quando o islamita Mursi foi destituído por um golpe militar um ano após ser eleito. Desde então, vários protestos foram organizados pela Irmandade Muçulmana (grupo que levou Mursi ao poder) para exigir a volta do presidente, que segue detido pelo Exército.
Conflitos
Mais de 750 pessoas morreram nos últimos cinco dias no Egito, sobretudo partidários de Mursi, além de 70 policiais.
Para piorar: Partidários da Irmandade Muçulmana, com armas de todos os tipos, de metralhadoras a coquetéis molotov, atacaram cristãos e queimaram suas igrejas, lojas e casas, primeiro para demonstrar domínio e poder e, segundo, para punir a multidão de cristãos que se colocou contra as políticas do ex-presidente Mursi e seu regime.
Depois do golpe, o que espera o Egito?
Com certeza não será democracia, a elite política está bem avisada de que qualquer coisa que saia daquilo que está programado e aceito pelos militares, qualquer governo que faça qualquer coisa que desagrade os militares será derrubado. O que está acontecendo no Egito é um banho de sangue colocado em prática por esse governo militar.
A comunidade internacional pode intervir?
Acho que, em termos de discurso, eles podem dizer que vão fazer alguma coisa. Mas certamente não o farão, os canais estão bem abertos entre os EUA e o Egito ( com ou sem militares desde os anos 70).
19/08/2013 - Últimas Notícias
Autoridades egípcias consideram a possibilidade de banir a Irmandade Muçulmana, afirmou hoje um porta-voz do governo, num gesto que mais uma vez deixaria à margem da lei um grupo que estava no poder há apenas pouco mais de um mês.
A Irmandade Muçulmana afirma que mais de 200 pessoas morreram ontem (18/08/2013) na capital e em outras províncias em atos de violência. O movimento convocou seus simpatizantes a sair às ruas durante uma semana "para derrubar o golpe".
Obrigada por esclarecer. Vou divulgar no facebook
ResponderExcluirParabéns Professora! Precisamos destas explicações aqui no Brasil. Poucas informações nas mídias, e poucas notícias..
ResponderExcluirMuito Obrigado!