segunda-feira, 17 de junho de 2013

O protesto brasileiro...por Gabeira, vale a pena ler!

Fernando Gabeira
Os acontecimentos se precipitam, a noite ainda não acabou. Mas sinto-me no dever de dizer que estou aqui, acompanhando tudo.
Durante a semana, preparo o artigo para o Estado de São Paulo. É um comentário, entre outras coisas, sobre o livro de Manuel Castells, Redes de Indignação e Esperança. Ele analisou a Primavera Arabe, o movimento Occupy Wall Street, os jovens indignados na Espanha e analisou o caso pioneiro da Islândia.
O Brasil entrou no mapa internacional das grandes revoltas populares articuladas pelas redes sociais na internet.
Fiz hoje um texto para a Band, acrescentando essa ideia: em quase todos lugares, o movimento começa com uma reinvidicação pontual e termina com uma vontade de mudar o país.
Isso já aparece nos cartazes das manifestações dos brasileiros aqui e no exterior: desculpem o transtorno mas estamos mudando o Brasil.
Alguma coisa começou e não sabemos todos os seus contornos. Uma revista me perguntou hoje como via o futuro. Disse que o cenário era mais complexo no ano que vem, quando teremos Copa do Mundo, eleições presidenciais e perigo de inflação.
Joseph Blatter falando pela FIFA e expressando também o desejo do governo afirmou que a Copa das Confederações vai arrebatar os brasileiros e vão esquecer de seus problemas.
É uma ilusão porque também estão em jogo nas manifestações os gastos com a Copa do Mundo. Ao que tudo indica, as pessoas pedem melhores serviços públicos e combate à corrupção.
É ridículo supor que vão abrir mão de suas queixas apenas porque o Brasil conquistou o título.
Joseph Blatter também perguntou onde estavam a educação e o fair play quando o estádio vaiou Dilma em Brasília.
Ele nos vê como torcedores porque está em curso um projeto milionário que enriquece a Fifa e alguns grupos, mas leva enormes recursos do povo brasileiro.
É fácil supor como os acontecimentos mexeram comigo e me trouxeram esperança. Sem prejuízo do trabalho, pretendo agora voltar com um texto diário. As vezes não dá nem esperar um dia. De qualquer forma, até amanhã.

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