domingo, 18 de janeiro de 2015

2015 - Precisamos conversar sobre a Nigéria!

A história: 

A Nigéria é o gigante africano, com mais de 170 milhões de habitantes, rica em recursos naturais e impressionante dinamismo cultural no cinema, música e literatura. Mas é também um país no qual 70% da população vive na pobreza e cujas 350 etnias - reunidas à força pela colonização britânica - têm uma longa história de conflitos entre si, sobretudo entre o norte majoritariamente muçulmano e o sul predominantemente cristão. 
 Na mesma semana em que o mundo parou para acompanhar os massacres em Paris, terroristas islâmicos realizam uma carnificina ao ocupar a cidade de Baga, na qual podem ter assassinado até 2 mil pessoas, além de raptar mulheres e meninas.
A enorme repercussão internacional dos atentados de janeiro de 2015 que resultaram em 20 mortos na França tem levado a questionamentos sobre a falta de atenção a outros casos graves de violência política-religiosa, como os ataques do Boko Haram na Nigéria.

A História do Boko Haram

Foi fundado em 2002 no norte da Nigéria. O nome significa algo como "a educação ocidental é um pecado". Estima-se que o grupo tenha em torno de 8 mil militantes, a maioria jovens pobres.

Objetivo : Implementar um Estado islâmico, como os que existiram na região até o início do século XX

Práticas terroristas  utilizadas por este grupo na Nigéria: 

a) O grupo tem executado diversos atentados contra a população civil e contra representantes da ONU e de organizações filantrópicas ocidentais. Esses crimes provocaram um êxodo interno de mais de um milhão de pessoas que fogem dos massacres.
b) O Boko Haram afirma que os governos da Nigéria são ilegítimos e que os muçulmanos não devem participar deles e sim lutar pela criação de um Estado próprio.
c)  Nessa lógica, os civis também são considerados alvos, por usarem roupas ocidentais ou frequentarem escolas influenciadas por esse tipo de educação.
d) O ataque de maior repercussão internacional cometido pelo Boko Haram foi o rapto de cerca de 275 meninas de um internato cristão em Chibok. Elas foram dadas ou vendidas como esposas a militantes e aliados do grupo, no que configura na prática os crimes de escravidão e estupro, análogos aqueles que vêm sendo praticados pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Cinquenta delas conseguiram escapar, o paradeiro das demais é desconhecido.

O fundador: O clérigo Mohammed Yusuf, morto em 2009. Desde então, acredita-se que haja várias facções em conflito dentro do movimento, mas o líder mais reconhecido é Abubakar Shekau, famoso por suas declarações e vídeos extremamente agressivas.

Nesse contexto, é especialmente importante a ação internacional - de solidariedade ao povo nigeriano e pressão sobre suas autoridades. A campanha "tragam de volta nossas meninas" foi um bom exemplo, o desafio é manter essa atenção constante com relação à Nigéria, apesar das violações acontecerem numa região pobre e isolada, de difícil acesso para a imprensa global.

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/mauricio-santoro/precisamos-conversar-sobr_b_6470142.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

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