quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A Catalunha não quer mais a Espanha!


Por que o Governo da Catalunha quer ser independente da Espanha?


Esses são os dados essenciais para se entender um conflito que colocou a Espanha no momento político mais complicado em 40 anos de democracia



Espanha está vivendo o momento político mais complicado após a queda, em 1975, da ditadura militar que governou o país durante 40 anos. O intento dos nacionalistas catalães de convocar de forma unilateral um referendo de independência declarado ilegal pela Justiça causou um enorme racha com o resto da Espanha e dentro da própria Catalunha. O Governo espanhol enviou uma grande força policial à região, no canto nordeste do país, e prendeu vários dirigentes políticos que comandavam a organização do plebiscito. Apesar disso, as autoridades catalãs insistem na sua desobediência e tentarão realizar o referendo no domingo próximo, dia 1º de outubro. A tensão é muito grande, com protestos diários nas ruas de Barcelona e outras cidades da região, enquanto no resto da Espanha a posição de força do Governo de Madri (Partido Popular, centro-direita) tem um amplo apoio político e social.
A Catalunha nunca foi uma nação independente, mas tem há muito um Governo próprio, conhecido como Generalitat. Ela estava integrada dentro do reino de Aragão, cuja unificação com Castela, em 1492, deu origem ao nascimento da Espanha. Tem uma língua própria, falada pela maioria da população. A Catalunha sempre foi uma das regiões mais ricas do país e uma das primeiras a conseguir o desenvolvimento industrial. 
O sentimento nacionalista cresceu na segunda metade do século XIX e consolidou-se no início do século XX. Nos anos 30 a Catalunha conseguiu autonomia política dentro da República espanhola e os nacionalistas governaram a região. Após um golpe militar em 1936 e três anos da Guerra Civil, o general Franco tomou o poder e resistiu nele ao longo de 40 anos. A Catalunha, como o resto do país, viveu sob a repressão. O poder ficou totalmente centralizado em Madri e o uso oficial do idioma catalão foi proibido.
A morte de Franco trouxe a democracia. A nova Constituição deu à Catalunha uma grande autonomia política e reviveu a Generalitat. Desde então o partido majoritário foi quase sempre o nacionalista conservador Convergência e União (CiU) que, ainda que lutava por conseguir mais poder para a região, não defendia posições independentistas e até assinava frequentes acordos políticos em Madri com os grandes partidos espanhóis.
O atual enfrentamento começou em 2010, em um momento no que a Espanha estava vivendo uma profunda crise econômica que afetou com especial virulência a Catalunha. Quatro anos antes, os catalães aprovaram em referendo uma nova lei autônoma (Estatuto) que ampliava os poderes da Generalitat e definia a Catalunha como uma nação dentro da Espanha. O conservador Partido Popular fez uma barulhenta campanha em todo o pais contra a nova lei catalã e apresentou um recurso no Tribunal Constitucional espanhol, o qual cortou consideravelmente o Estatuto e não permitiu o uso da palavra nação. Após a sentença, dezenas de milhares de catalães saíram às ruas para protestar na maior manifestação na democracia em Barcelona. A partir desse momento, a escalada do conflito só aumentou.
As pesquisas de opinião mostram que a população catalã está muito dividida, sem uma maioria clara a favor da separação da Espanha. Segundo o último levantamento feito pelo próprio Governo catalão, há dois meses, 49% eram contra a independência, e 41% a favor. Mais uma pesquisa realizada na última semana pela empresa Metroscopia para o EL PAÍS salientou que 61% acham que o referendo convocado para o 1º de outubro não é válido legalmente. Porém 82% desejam que os governos de Madri e Barcelona negociassem um acordo para realizar um plebiscito dentro da legalidade. Para isso, seria preciso a abertura dum processo de diálogo. Mas faz muito tempo que as conversas entre as duas partes foram interrompidas.
Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/15/internacional/1505488932_556803.html

Alunos de olho na Coreia do Norte!

A Guerra Fria dividiu o mundo em duas zonas de influência: uma capitalista, sob a liderança dos EUA, e outra comunista, controlada pela União Soviética (URSS). Sob este contexto, a Península Coreana deu origem à Coreia do Norte, sob influência da URSS, e a Coreia do Sul, alinhada com os EUA.

A crise envolvendo o programa nuclear norte-coreano ganhou um novo capítulo após o regime do ditador Kim Jong Un testar uma bomba de hidrogênio, cujo poder de destruição é maior do que o dos artefatos nucleares convencionais. A agência estatal norte-coreana declarou, ainda, que a bomba pode ser acoplada em um míssil de alcance intercontinental. Isso demonstra que o programa nuclear da Coreia do Norte atingiu um nível de sofisticação capaz de realizar um ataque com armas atômicas contra os Estados Unidos (EUA). Por isso, o teste com a bomba de hidrogênio elevou ainda mais a tensão entre os dois países.

Como tudo Começou:
Em 1950, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, deflagrando a Guerra da Coreia. Uma trégua foi assinada em 1953 no Tratado de Arsmistício, estabelecendo uma zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países no paralelo 38. Mas as Coreias permanecem tecnicamente em guerra, já que não foi assinado nenhum acordo de paz.
2. O regime norte-coreano
Estátuas de bronze dos ex-líderes norte-coreanos Kim II Sung e Kim Jong II, em Pyongyang (iStock)
A Coreia do Norte é um país "comunista" de partido único sob controle da dinastia Kim desde 1948. A nação é economicamente atrasada, fechada à comunidade internacional e tem seu comando baseado no culto à personalidade do atual líder, Kim Jong Un, que herdou do pai e do avô a chefia do regime.
Na ditadura norte-coreana não há liberdade de imprensa e direitos civis. Recomendo assistir o documentário português: Liberdade ou Morte) O regime é acusado pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU de promover prisões abusivas, assassinatos, escravidão, tortura e estupros contra dissidentes. A Coreia do Norte é o país mais militarizado do mundo, com uma estimativa de 1,2 milhão de soldados e 6 milhões de reservistas para uma população de 25 milhões.
3. O programa nuclear
Protesto em Seul, capital da Coreia do Sul, contra teste nuclear realizado pela Coreia do Norte em janeiro de 2016. Cartaz mostra a imagem do líder norte-coreano Kim Jong Un (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Com o fim da União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte perdeu o apoio financeiro da antiga potência e entrou em crise econômica. Seguidas safras ruins provocaram escassez de alimentos e centenas de milhares de pessoas morreram de fome. O governo passou a depender da ajuda financeira de seus rivais – EUA, Japão e Coreia do Sul. A partir de 2000, as potências ocidentais começam a estimular negociações para a reunificação das Coreias.
Para garantir a sobrevivência do regime, a Coreia do Norte iniciou um programa nuclear, acreditando que a posse de armas atômicas conseguiria dissuadir qualquer ação dos EUA para tentar derrubar o governo. Também foi uma forma que o regime encontrou para ter maior poder de barganha com as grandes potências e conseguir exigir concessões econômicas. Em 2006, o país testou pela primeira vez uma bomba atômica com sucesso. Desde então, a Coreia do Norte já realizou outros cinco testes nucleares – o último, neste domingo (3/9).
4. As negociações
Conselho de Segurança da ONU discute a situação dos Direitos Humanos na Coreia do Norte (Kena Betancur/Getty Images)
Desde o primeiro teste nuclear da Coreia do Norte, as potências ocidentais tentam convencer o país a abandonar suas ambições nucleares. Complexas negociações têm andamento, com os norte-coreanos barganhando benefícios como envio de petróleo e alimentos em troca do fechamento de reatores nucleares e permissão para inspeções internacionais. Mas nas poucas vezes em que as partes chegaram a um acordo, o regime norte-coreano rompeu o compromisso e deu prosseguimento ao programa nuclear.
Com o avanço dos testes atômicos, a ONU impôs diversas sanções à Coreia do Norte que incluem proibição de viagens e congelamento de ativos de funcionários do regime, além de materiais, equipamentos e tecnologias que foram proibidos de serem exportados para o país.
5. A crise atual
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chega à Casa Branca, em Washington, em abril de 2017 (Olivier Douliery-Pool/Getty Images)
Até recentemente, os EUA vinham lidando com a ameaça norte-coreana de forma diplomática, impondo sanções na tentativa de sufocar a economia e forçar  o regime a desistir de seu programa nuclear. Mas, ao ser pressionado, Kim Jong Un tem respondido com uma retórica agressiva, ameaçando com novos testes e dizendo-se pronto para entrar em uma guerra.
A atual crise começou com a intensificação da atividade militar da Coreia do Norte, que passou a testar a capacidade de novos mísseis desde o início do ano. Disposto a não tolerar as provocações norte-coreanas, o presidente dos EUA, Donald Trump, que assumiu em janeiro deste ano, ameaçou uma retaliação energética em caso de um novo teste nuclear, como o que foi realizado no último domingo. Mas sem força de um líder sério Trump se perde em comentários banais e frívolos piorando a cada novo impasse a diplomacia entre os dois países.
Apesar da retórica agressiva de Trump, uma ação militar contra a Coreia do Norte é extremamente arriscada. Devido ao isolamento da Coreia do Norte, não há uma estimativa precisa do arsenal do país. Acredita-se que o regime disponha de mais de mil mísseis de diferentes alcances. Os testes recentes levam a crer que o país ainda conseguiu desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de abrigar uma ogiva atômica capaz de atingir os EUA. Além disso, no caso de sofrer qualquer ataque militar, o regime de Kim Jong Un tem poder de fogo para realizar um ataque nuclear contra nações vizinhas, como a Coreia do Sul e o Japão.
Outra nação que desempenha um papel importante nesta crise é a China, principal aliada dos norte-coreanos, que tenta  convencer os dois lados a não elevar a tensão. O interesse chinês em manter a Coreia do Norte longe de um conflito obedece a razões mais práticas do que ideológicas – se houver um colapso do regime norte-coreano, a eventual unificação da Coreia resultaria em fortalecimento da influência norte-americana em região próxima de sua fronteira. Além disso, a eclosão de um conflito provocaria quase certamente um movimento de refugiados em direção ao território chinês, o que o governo de Pequim busca evitar.
Como o programa nuclear norte-coreano já foi motivo de outras crises agudas no passado, espera-se que a atual tensão não passe da retórica agressiva e troca de acusações entre EUA e Coreia do Norte. Mas, diante de dois líderes intempestivos como Donald Trump e Kim Jong Un, o desfecho dessa crise é imprevisível.

Fonte : https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/5-passos-para-entender-a-crise-na-coreia-do-norte/

Beijos da Professora Jackie